domingo, 11 de maio de 2008

Deixa Chover

O Hipopótamo que só queria ser sequinho. Aguada de nanquim. Alice Prina. http://aliceprina.wordpress.com/Ontem todos os integrantes deste blog estavam novamente reunidos em um evento. Desta vez, tratava-se da 10ª edição do Femusesc, que contava com o show do Zeca Baleiro pra encerrar a noite. Na verdade, o festival começou na sexta. Mas, em virtude do aguaceiro, resolvi ficar em casa e acabei perdendo o show da Roberta Sá.
Entretanto, ontem eu fui. O tempo deu uma melhorada pra que a gente pudesse chegar lá. Primeira atração, um grupo de percussão. Começa a chuviscar. Início do festival. Chuva aumentando, chão alagando. Começo do show do Zeca Baleiro. Já estávamos praticamente com água no tornozelo.
No meio de tudo isso, duas imagens ficaram na minha mente. Um senhor e uma senhora. O senhorzinho, baixinho e mirrado, com um ramalhete de rosas na mão para vender, tentava passar pela multidão alucinada pelo show. Enquanto isso, o tão bem humorado povo tentava roubar uma de suas rosas sem que o senhorzinho percebesse. Já a senhorinha tentava passar pelo pessoal com uma sacola, recolhendo as latinhas que o tão bem educado povo jogava no chão. Tudo isso no escuro, no barulho e no molhado, além do frenético empurra-empurra costumeiro.
Minha geração revolucionária não viu nada disso. Havia um pessoal do movimento estudantil – pelo que soube, simpatizante do PSTU – que vendia a "cerveja dos proletários"...
Enfim, alguns se divertem, outros sobrevivem.
De minha parte, tentei me divertir. Pulei feito um louco com os meus sapatos encharcados. E, no final, tudo acabou bem. Pelo menos pra mim.
O Zeca Baleiro cantou o refrão de uma música do Guilherme Arantes. Esse aí vem me perseguindo desde o réveillon...

Certos dias de chuva
Nem é bom sair
De casa, agitar
É melhor dormir

Se você tentou
E não aconteceu... Valeu!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer

As pessoas
Sempre têm
Chance de jogar
De novo e errar
Ver o que convém

Receber alguém
No seu coração, ou não
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer

Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca vai se apagar

Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca, nada
Nada vai apagar!

(Guilherme Arantes)

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