domingo, 30 de março de 2008

Barato Total

Que feliz. Ontem foi o dia de reunir o pessoal que se encontra toda vez que o terceiro satélite de Júpiter está a 47,89º do eclipse lunar da contelação de Ômega. Tudo muito organizado. É verdade que coincidiu com a véspera do aniversário de um amigo (Ou seja, hoje: feliz aniversário!).
Verdade que nada será como antes. Nos encontrávamos todo santo dia, falávamos besteira toda hora e planejávamos o futuro a todo minuto. Mas, enfim, a vida continua e a gente se esbarra por aí. E toda vez, pelo menos pra mim, é como se nunca tivéssemos nos separado. Tudo tão lindo. Tudo muito fofo. Encontravam-se presentes os três autores deste blog, que fazia anos que não se viam (a internet realmente liga as pessoas). A sede do encontro proporcionou os seus momentos especiais também. E, graças a Deus, consegui confirmar na prática que "quando a gente está contente, barata pode ser um barato total"! Aos meus amigos, obrigado por existirem. Ao Gilberto Gil, obrigado pela trilha sonora... =P

Lá, lalalalalalalá
Lá, lalalalalalalá

Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso e aquilo que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia já dão
Pra uma teia de aranha crescer
E prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro começa a doer

Quando a gente tá contente
Gente é gente, gato é gato
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser deve fazer bem
Nada que você comer deve fazer mal

Quando a gente tá contente
Nem pensar que tá contente
Nem pensar que tá contente a gente quer
Nem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver!

(Gilberto Gil)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Uma canção de amor para você

Ouvando: Dead Fish - Proprietários do Terceiro Mundo + Anarquia Corporation

RDP - Crucificados Pelo Sistema (aaaaaaaaaaaaahhhh!!!!)


Jogo-me no escuro a pensar na (in)exatidão do hoje e do amanhã

Pulo do alto do meu quinto andar para tentar entender o que se passa dentro de mim,

E para me manter vivo, tento sempre continuar a querer estar com você


Olho dentro de teus olhos castanhos e sinto a distância que teima em permanecer,

E para me manter vivo, a paixão ferve dentro do meu peito sob o calor do teu corpo

E cada dia que passa, a saudade aumenta, o desejo incompreensível toma conta de minhas veias...


Aff...


Ouso contra todas as forças da continuidade, do conformismo e o medo que insiste em tomá-la de mim...

Meu coração é um caçador solitário, com vontade incontrolável de encontrar nos seus braços, o conforto e a paz que tanto espero...

Meu coração, despedaçado... teima por você


PS: "As mentiras mais cruéis são frequentemente ditas em silêncio." (Robert Stevensson)

PS 2: Recomendo um filme: "Uma canção de amor para Bobby Long", com o inconfundível John Travolta e a linda bonequinha de porcelana Scarlett Johansson...

domingo, 23 de março de 2008

Um show para lembrar...

Mamãe perguntou: "E aí, foi bom?"

Fui ao show do Dead Fish no dia 22/03, no Armazém Uzina, Jaraguá (MCZ/AL).

É, foi. O pior é que o som é muito legal. Eu curto demais. Acho as letras bastante inteligentes. Tem aquela instiga que todo adolescente rebelde deveria escutar: o som da revolta com o imobilismo coletivo, a acidez irônica contra o sistema que nos é imposto, a vontade de lutar pela liberdade e pela mudança.

Pô, legal cara. Eu escuto, e recomendo.

Mas sei lá...

"Mas foi tudo ruim foi? Valeu a pena não?" Continuou a indagar...

Não... Primeiro: era uma turnê de uma dessas marcas de roupas de esquêite, então, antes da banda principal, o Déd (para os íntimos), tive de escutar CINCO ou SEIS bandas. Isso mesmo. Depois de um certo momento, eu perdi a conta. Nem me pergunte os nomes. Eu também me furtei a nem saber.

Tivemos bandinhas legais. As locais, destacou-se Atrito (acho que é esse o nome, senão eu corrijo depois), por exemplo, bem legal. som pesado, elétrico, legal. A roda foi interessante.

Das outras, Combustão, é claro, a melhor.

"E o resto, meu filho?"

Ah, mamãe, o resto foi o resto. Putz, fiquei cansadão de escutar emo. Aquelas musiquinhas toscas, com músicos toscos, tocando aqueles riffs toscos, todos parentes do NX Zero ou do Fresno. Pô, tinha um vocalista lá que se parecia com o Felipe Dylon!! Impressionante!! Só faltava dizer "E aí, Fauxtão!?"

Ah, mãe... Quando você vê um show de rock, em quê você pensa? Óbvio: jovens de preto, com camisas de banda, maquiagens escuras, botas, fumaça no ar, som alto e estridente, acessórios pontiagudos... Mas tinha de tudo: Camisas do Black Sabbath (a minha!) e do Bad Religion, camisas amarelas brilhosas (como a da Binha), vestidos tipo "sacolão-do-bompreço", franjas de todos os estilos e jeitos, bonés estadunidenses para trás, até saltinhos branquinhos de 20cm "não-sei-o-quê" fazendo naquele espaço...

"nossa, meu filho, já falei pra você. Era melhor ficar em casa..."

Sei lá, mãe. Foi legal pela companhia da Binha e dos seus amigos. E dos maloqueiros que lá estavam. Ah, claro. O Dead Fish mata a pau, é óbvio. O Nô e o Rodrigo botam pilha. A roda foi legal. Perdi até o meu tênis (mas achei depois). Não foi um show como o do RDP, mas deu pra curtir. Vamos ver se o Mukeka, dia 12/04, será melhor (bom, se estiver em Sobral/CE, quem sabe alguém vai e me conta...).

Mas sinceramente, mamãe, não se fazem mais shows de rock como antigamente.

desejos para um post

Escrever o primeiro post me fez lembrar de um texto do Fernando Sabino, em que ele diz como gostaria que fosse sua última crônica: pura como o sorriso de uma criança que ganha uma humilde, mas genuína, festa de aniversário, ainda que em meio a uma sociedade hipócrita e preconceituosa.
Lembrei também de Drummond, quando ele falou de uma canção que estava preparando, que iria acordar os homens e adormecer as crianças.
Eu queria que este post trouxesse esperança e alento. Que fosse algo como um sopro num machucado com mertiolate (hmm, mas hoje mertiolate não dói...bem, vocês entenderam). Ou delicioso como horas a mais de sono numa manhã de segunda-feira.
Mas sem nada da seriedade típica dos idosos, que teimam em dizer que na época deles tudo era diferente, era melhor. Ou dos pessimistas, que nada esperam. Ou dos fatalistas, para quem tudo já está escrito.
Gostaria que ele tivesse tem o ar dos loucos, dos incompreendidos, dos alternativos. O ar de riso daqueles que reencontram velhos e queridos amigos (nada a ver com a série da Bobo, pelo amor de Deus). Que quem o lesse ficasse com os olhos perdidos, contemplando como nunca o milagre nosso de cada dia.
E adoraria que fosse animador como o olhar da Andie, a menina que aparece no 2º episódio da série Dr. House. Até agora, foi a única que conseguiu deixar o médico ranzinza absolutamente sem palavras.
Mas como não sou escritora para tanto, só expresso o meu desejo.
E como otimista que sou, torço pra que se realize.


Ao som de Tornera la Neve - Andre Bocelli
(só eu do contra, neste blog de MPB..rss...)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Francisco, Francisco

Minha vida definitivamente é um musical. Não desses musicais da Broadway ou hollywoodianos. Seria muito brega se fosse. Mas ainda assim, um musical. Não sei quanto a vocês, mas não há momento em que eu não esteja com uma música tocando na minha cabeça. Nem sempre tem relação com o momento, mas sempre está ligada a desejos, atitudes. Enfim, algo de mim.

[INTERRUPÇÃO]

Ando bem lírico ultimamente...

Lírico (adj.): Diz-se do gênero de poesia em que o poeta canta as suas emoções e sentimentos íntimos.

Entretanto, nada poético.

[RETORNO]

Voltando. As músicas que estão tocando agora são bem interioranas. Não necessariamente sertanejas. Eu disse "não necessariamente", mas pode ser.

[INTERRUPÇÃO]

Aliás, acho um saco tudo isso de ter que gostar de um determinado tipo de música. Gosto de MPB, muito embora tenha um certo preconceito (às avessas) em dizer isso. Mas se eu quiser escutar uma música da Banda Calypso, eu irei escutar. FO-DA-SE. Mas que merda.

{INTERRUPÇÃO DA INTERRUPÇÃO}

Lembrei de um comentário de um garoto dizendo que a Bethânia estava gravando demais músicas temáticas. Que estava na hora de parar de cantar música de "brejinho", de "interiorzinho" e de "aguinha". Que tudo isso era muito chato. Ora, meu caro rapaz, Bethânia é Bethânia e grava o que quiser. Se gostou, legal. Aproveite e escute. Não gostou, não escute e ponto final. Afff... Que mania que o povo tem. A humanidade vive reclamando que os cantores só gravam pensando no sucesso, esquecendo a qualidade. Mas quando um cantor resolve gravar o que quer, fica todo mundo falando que a música não é popular, que é chata, que é morgada...

{RETORNO À INTERRUPÇÃO}

[RETORNO]

Me perdi. Ando muito inconstante por esses dias.


O menino e velho Chico viagens
Mergulham em meus olhos
Barrancos, carrancas, paisagens

Francisco, Francisco
Tantas águas corridas
Lágrimas escorridas, despedidas, saudades

Francisco meu santo, a velha canoa
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os
Instantes

O vento e a vela
Me levam distante

Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens

(Roberto Mendes/Capinam)

quarta-feira, 12 de março de 2008

A Crise como ela é...

Ao som de: Wado (CD 2008 - Terceiro Mundo Festivo)

PA080045

Ando tentando todos esses dias pensar que esta nova manhã haverá de ser o dia: o dia em que seremos todos felizes; o dia em que poderemos gritar aos quatro ventos que nós somos diferentes; o dia da angústia sair de dentro do peito esplêndido e transformas a corda envolta no pescoço em força centrípeta que alcançará a jugular de seu torturador; o dia em que minha voz não será mais calada pela surdez coletiva; o dia em que seremos taxados de loucos mas, mesmo assim, obteremos respeito pelas nossas ações e pela nossa coragem.

Tenho certeza de que minha crise constante é a força que move meu coração e que o faz bater mais forte com a possibilidade da transformação; busco me organizar e me desorganizar para cada novo raiar de sol.

Mas quando será que teremos coragem de fazer o que pensamos e o que queremos realmente? Será que algum dia conseguiremos realmente buscar a nossa felicidade? Até quando nos venderemos para os outros? Até quando nossa vida será ditada por outras mentes que não as nossas? Aliás, quando é que terei coragem para ficar com você? e você comigo?

Quando é que teremos coragem de sermos loucos e felizes?

Quando é que você (é, você mesm@!) terá coragem?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Canção Pra Fazer o Sol Adormecer

Às vezes, eu tenho a impressão de que a vida se passa a me mandar mensagens. E eu, às vezes, tenho certeza. Mas não consigo falar sobre isso. É como se eu tivesse que manter segredo a respeito dos sinais. Revelá-los seria uma profanação. Ou quem sabe seja apenas egoísmo meu e eu só não queira compartilhá-los.
De qualquer forma, eu não entendo nada. Mas sei que significa alguma coisa. Como tudo na vida significa. E é sobre o significado que eu quero falar. O que significa a vida? Não sei. Mas tenho a sensação de que algumas pessoas passam pela vida por passar. De minha parte, vejo tudo como uma grande brincadeira. É bem verdade que a vida não me deu muitas quedas. Mas pode ser também que eu não considere como queda o que a maioria das pessoas consideraria. Pode ser isso. Só espero simplicidade do mundo. Tanta coisa bonita de graça, tanta felicidade latente por aí... E tanto desperdício por parte da humanidade. Mas não há melancolia neste texto. Seria até contraditório. Se ninguém quer ser feliz, que fique este papel pra mim!

Cantar pra fazer o sol adormecer
Cantar pra fazer o sol menino sonhar
Sonhar com um banho de chuva
Um banho de chuva fresca
Que a minha Mãe Terra, secando,
Carece tomar

Cantar para não precisar
Invadir as cidades pra comer
Cantar para não sair do meu nada
Para o não sei

Cantar para ter a alegria
De engravidar a Mãe Terra
Cantar pela honra e o trabalho
Ser mais feliz

Eu quero ser feliz
Eu quero viver feliz
Eu quero o sertão feliz

(Luiz Gonzaga Jr.)

terça-feira, 4 de março de 2008

A nossa primeira vez...

Poxa...

Toda primeira vez é difícil. Eu normalmente sempre teço comentários sórdidos acerca deste tema. Mas a verdade está posta para quem ver (e sentir): normalmente (mas nem sempre) sangra, dói, incomoda...

Na verdade, é um pandemônio. Você nunca sabe se deve ir mais, ou ir menos, ou não ir. Mentira. O que você não quer mesmo é parar. Parar pra quê? O mais difícil, que foi nos convencermos, já conseguimos?!?! Então vai, e vai, e vai... e depois de várias e várias vezes, você sempre tem vontade de.. MAIS. Ah! e quem nunca se imaginou com mais pessoas? ainda mais, a três!?!?! Aff...

É bom escrever ou não é?

É por isso que estamos aqui. Já escrevemos em diversos lugares, sejam blogs pessoais, recadinhos, cartinhas de amor ou mesmo trabalhos de colégio e/ou faculdade. Mas depois de muito tempo, surgiu a idéia e a vontade na prática de pormos tudo isso na folha (do word), seis mãos e três neurônios. Pessoas diferentes que se conheceram há 6 anos atrás, e por motivos ainda não absorvidos pela mente desta raça (des)humana, continuam muitíssimo desejosos de continuar se encontrando e se redescobrindo a cada email, a cada post - apesar de nossas distâncias...

Estamos em momentos bastante diferentes em nossas vidas: o dia-a-dia de estudos, empregos e desempregos, desvarios amorosos, as derrotas e as vitórias de cada momento... a dúvida da certeza e a certeza da dúvida... e o contínuo processo de cair do pé (ou amadurecimento da juventude burguesa, em miúdos)... Serão temas recorrentes, afinal, representam um pouco do que somos e o que significa um pouco este "ajuntamento" de frutas tão parecidas e desiguais...

Claro, muita música!! Alanis, Los Hermanos (juntos ou separados), Black Rio, Marisa Monte, Wado, Cordel do Fogo Encantado, Mombojó, Alice in Chains, John Legend, Roberta Sá, Fabiana Cozza, Teatro Mágico, Tom Zé, Rachael Yamagata, Jorge Cabeleira, Monobloco, Teresa Cristina, Otto, Orquestra Imperial, PJ Harvey, Pearl Jam, Frank Zappa, Fernanda Takai, Bebel Gilberto, Ratos de Porão, Sepultura, Ney, Radiohead, Fino Coletivo, Ben Harper...

aff, e MUITO, mas MUITO mais...

O Caqui com Limão tem o desejo maior de ser um espaço para que sejam expostas idéias, fatos e acontecimentos que estejam rolando por aí, numa esquina chamada Alagoas. A verdade MESMO é que ninguém sabe ao certo o que vai dar. Ficará ácido demais? Intragável? Incompreensível? Intransigente? Louco? Insano? Tudo o que se sabe é que existem 3 amigos dispostos a gastar algum tempo traduzindo em palavras o passado, o presente, e o que será dos dias que virão...

Viva a experimentação!