terça-feira, 28 de julho de 2009

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Mais tirinhas aqui.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A TV que não vê

Estava assistindo o "Jornal Hoje" da Rede Globo, quando escuto, logo na abertura, a chamada: "Pancadaria em sessão do congresso sul-coreano. Deputados partiram para a briga depois que a bancada governista conseguiu aprovar um projeto facilitando a compra de emissoras de tevê por jornais".
Já fiquei de orelha em pé. Para quem ainda não sabe, meu TCC será sobre o serviço público de televisão e a possibilidade de controle da sua programação. Notícia relacionada com o meu tema, fiquei esperando a matéria completa. Depois de muitas dicas sobre a gripe suína (Já morreram 23 e estamos em pânico. Sorte a nossa que eles não contabilizam quantas pessoas morrem de fome no Brasil... Ia ser um pandemônio), depois do eclipse solar na Ásia (o mais longo de todos: 6 minutos! Eclipse igual só daqui a 120 anos, pasmem!), depois de assistir uma animação comercial com bebês dançando sobre patins (que fofo, hein?), veio enfim a notícia que eu esperava dentro do bloco "o mundo em um minuto" (como assim? Um minuto pra tudo?). E saiu assim:
"Terminou em pancadaria uma sessão do congresso sul-coreano. Deputados partiram para a briga depois que a bancada governista conseguiu aprovar um projeto facilitando a compra de emissoras de tevê por jornais. Pelo menos um dos parlamentares foi parar no hospital. Até as mulheres tentaram resolver a questão à força".
Enquanto o repórter narrava este texto longo e elucidativo, cenas da pancadaria.
Depois, seguiu-se com a notícia de um incêndio em barcos de luxo e do aniversário de um leão (!).
Quem quiser, pode assistir no site, o link do Jornal Hoje com "O mundo em um minuto" é:


Impressionante... Para facilitar a vida do homem moderno, a chamada da matéria tem o mesmo conteúdo da matéria. Realmente... Para que detalhes do tipo: Qual o problema (inocência) dos jornais comprarem as emissoras de TV? Se é que se tratava só disso mesmo.
Bom, quem se fiar só na Rede Globo, já viu, né? Explicaria a questão pelo fato de todos os países asiáticos serem praticantes de artes marciais e não perderem a chance de usar seus conhecimentos... Quem sabe será tema da próxima novela da Glória Perez... De “Are baba!” para “Iiiiiáááááááá!”. Muito instrutivo, realmente.
Bom, mas como eu fiquei curioso (assim, sem motivo) fui procurar na internet sobre a tal confusão. Se vocês se derem ao trabalho de fazer uma pesquisa no Google, a maioria dos sites dirá mais ou menos o que o Jornal Hoje disse. Alguns com vídeos no YouTube com as cenas da pancadaria.
No site do G1, também da Globo, é que foi de arrepiar. A cobertura acrescentou um detalhe: “Leia também: Parlamentares já haviam saído no tapa em dezembro de 2007”. Não há com o que se preocupar então. Esse povo entra mesmo no tapa por qualquer coisa. A apresentadora do vídeo diz praticamente isso, aí vai o link:

Que coisa... Até parece que a Globo tem medo de informações que cheirem à discussão sobre monopólio dos meios de comunicação... Até parece.
Bom, mas alguém teria que explicar o que aconteceu. E as melhores coberturas vieram dos sites que receberam a informação pela Agência EFE (para quem não sabe, hoje em dia raramente recebemos as notícias diretamente). Foram os sites do “Último Segundo” e do “Terra Notícias”, que contêm basicamente a mesma coisa:


Mas para quem quiser só ver a pancadaria, tem o vídeo no YouTube:


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Poema Em Linha Recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

(Álvaro de Campos)

quinta-feira, 23 de abril de 2009



Mudei o layout do blog sem pedir permissão para ninguém.
Cancelei o outro blog sem avisar a ninguém.
Excluí minha conta do Orkut sem comunicar ninguém.

Não suporto a pergunta: "Você tem certeza que quer fazer isso?"

quarta-feira, 25 de março de 2009

Há dois anos atrás...

"Desabafo
Escrevo por escrever. Comecei a imaginar este texto de uma forma agressiva (estava com raiva), mas agora já esmoreci. Continuo a escrever apenas por ser justamente este o tema. Li na CarosAmigos de fevereiro de 2007, na parte de Caros Leitores, em "Turismo?", um texto que criticava a cidade de Fortaleza por existir turismo sexual e o desenvolvimento do turismo no Brasil como um todo. Como disse, fiquei com raiva. Não sou de Fortaleza, nunca fui à cidade, não sei se um dia chegarei a visitá-la ou, ainda, se isso me interessa. O que fiquei pensando foi que como sempre (mas sempre mesmo) ficamos indignados com as coisas erradas que vemos. Mas, da prostituição infantil ao nosso sistema político brasileiro, não fazemos nada. Falamos apenas. Ou discutimos. Ou deliberamos a respeito. Ou escrevemos para uma revista para mostrar a nossa indignação. Ou tomamos qualquer outra decisão que mostre o quão somos conscientes dos problemas do país, mas que fique apenas como um auto-elogio, do tipo que sirva para mostrar a nossa superioridade diante daquele povinho alienado que gosta de novela. "Novela? Faça-me o favor! Não há nada mais superficial do que aquilo!" Talvez exista. Ou, pelos menos, algo que se iguale. Talvez discutir assuntos políticos num grupo de amigos pseudo-intelectuais (ou até mesmo intelectuais, não sei mais se esta palavra representa algo de positivo), no qual se sabe que não se tomará depois nenhuma atitude concreta, seja tão fútil e besta quanto uma novela. O que quero dizer é que, se o turismo sexual fosse em São Paulo, em vez de Fortaleza, ou em Porto Alegre, ou em Cuiabá, ou em qualquer outra cidade do Brasil, aconteceria exatamente da mesma forma. É porque órgãos do governo federal ou estadual não fazem nada para inibir tal prática? Ou porque as pessoas fingem não ver? Mas me digam uma coisa. E as pessoas que vêem o que fazem? Nada. Nada de útil ao menos. Ficam revoltadas, mas só o tempo suficiente de arranjar alguma outra coisa para fazer. Existe sempre aquele argumento do mas-o-que-é-que-eu-posso-fazer-sozinho, não é mesmo? E, no fim, ninguém faz nada. Mais fácil é dizer que a culpa é do governo. Só dele. O que me faz sentir que o povo brasileiro tem o governo como um bode expiatório... Mas enfim. Eu, como bom brasileiro que sou, já fiz a minha parte. Escrevi para uma revista. Não, meus senhores, não foi uma revista qualquer! Não foi uma daquelas revistas de alienados, não! Foi uma revista que preza o jornalismo independente, sim, senhor! Conclusão: eu sou mesmo um merda!"

http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed120/caros_leitores.asp

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

será que a coisa vai ficar preta?

Ao som de: "Blister on the Moon" - Taste

200inove
. "Novo ano, vida nova". Mais velha que os filmes da Tela Quente.

Meu primeiro texto do ano. Mas não desejarei nenhum "happy new year" porque os novos 365 dias ainda não começaram. E não é por conta do calendário chinês não. Afinal, neste país de bananas, atividades apenas após o carnaval (E olhe lá).

Neste ano que passou, muita coisa mudou. Meu nome, por exemplo, saiu da lista dos 10 milhões de desempregados - só falta do S.P.C. agora... Mas isso é outra conversa.

Nestes 300 e poucos dias que passaram, também aconteceram revoluções. Revoluções na música (Eddie, Zeca Baleiro, 3 na massa, Pedro Luís e a Parede, Little Joy, alguns exemplos fofos), na saúde (dengue, malária, febre amarela...), na internet (Google bombando pela rede), e até nos meus cabelos. Estão cada vez mais amarrados.

Ah sim, não poderia esquecer de que iniciamos o novo ano com expectativas enormes em todo o mundo: desde a descoberta de que não sabemos mais como escrever nem falar português (com trema ou sem trema?), até a nova-velha-infame crise econômica mundial de mercados e seres intergalácticos que insiste em nos consumir. E todos nós a si-fú (com hífen ou sem hífen?).

Ah sim, claro. Temos a maior expectativa de todas: um negão. Já pensaram nisso? Há quanto tempo a humanidade terráquea e lunática deposita todas as fichas de telefone num rei-da-cocada-preta?

Poxa, pensaremos então: Zumbi - um preto bem preto, mas que toda a aristocracia queria pegar vivo ou morto; Luther King - também pretão, também persona non-grata nos restaurantes nova-iorquinos; Mandela, é esse é um preto que (se vendeu) é respeitado até hoje.

Hum... tem mais algum? Deve ter, minha memória anda péssima...

Mas esse preto (vendido, pequeno-burguês, demo-crata, aristocrata...) agora, com Hussein e tudo no nome, tem uma tarefa terrível: conduzir todos os trilhões de formigueiros mundo afora para a felicidade eterna.

Será que a coisa agora vai ficar preta?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Ano Novo, Novos Projetos

Pois então. Criei mais um blog.
Tenho uma tendência muito egocêntrica de escrever sobre o que eu acho, o que eu penso, o que eu quero... Achei melhor distinguir. Textos nesta linha irão agora para o blog novo. Os textos mais abrangentes continuarão a ser postados aqui.

O novo blog: Um Ramo de Alecrim

Obs.: Com a nova reforma ortográfica, eu não sei mais escrever. Portanto, desculpem-me os erros de português...